Portugal é agora considerado pelo conceituado ranking de democracias do Economist como uma “democracia com falhas”.
Há três anos que o nosso país perdeu a categoria de “país totalmente democrático” e desde então, depois de ter aplicado medidas restritivas da liberdade e estados de emergência a propósito da pandemia, não mais voltou a ser considerada.
O relatório de 2022, divulgado pela The Economist Intelligence Unit, com o título ‘Frontline democracy and the battle for Ukraine’, coloca Portugal com 7,95 pontos em 10, na 28.ª posição global. Relativamente aos países da Europa, Portugal fica na 16.ª posição, atrás de países como a Grécia e Espanha.
Ao contrário de Espanha e França, que conseguiram este ano recuperar o estatuto de “democracia plena”, ainda não foi desta que Portugal conseguiu recuperar este estatuto, continuando a marcar passo. “Dos 21 países da região cobertos pelo índice, 19 melhoraram a sua pontuação, um manteve-se e outro piorou. Dois países, França e Espanha, passaram de “democracias imperfeitas” para “democracias plenas”, pode ler-se no relatório.
Relativamente à Europa Ocidental, o relatório destaca que “a única categoria para a qual a pontuação permanece inalterada, em 7,59, é a participação política” e que “várias pontuações das categorias da região voltam para onde estavam antes da pandemia covid-19”.
Se relativamente ao processo eleitoral e ao pluralismo, Portugal consegue obter boas pontuações, já quanto à participação política e cultura política, o nosso país continua a apresentar falhas, ficando bastante longe dos parceiros europeus.
Curiosa é também uma passagem do relatório, que parece contrariar a retórica dos partidos do sistema, onde é dito que “a representação de partidos de direita como o Democratas Suecos ou o Fratelli d’Italia (FdI) no parlamento e no governo não é necessariamente prejudicial à democracia; de facto, a exclusão de tais partidos, quando eles têm o apoio de grandes setores do eleitorado, poderia ser interpretada como antidemocrática.”
O CHEGA e André Ventura têm vindo a denunciar a corrupção como um dos grandes cancros da nossa democracia e que faz com que os cidadãos acreditem cada vez menos na política e nos políticos. Numa entrevista recente ao Folha Nacional (cuja edição se encontra à venda nas bancas), André Ventura referia-se aos recentes casos que têm assolado o Governo, dizendo que vê “todos estes escândalos com muita preocupação. Primeiro, porque em causa está sempre o dinheiro público, que é dinheiro dos portugueses, dinheiro que lhes é tirado em forma de impostos diretos e indiretos, prejudicando o seu rendimento mensal. Aos portugueses é-lhes imposta uma das cargas fiscais mais pesadas da Europa e depois o que é que eles veem? O seu dinheiro ser usado indevidamente para benefício de algumas pessoas.
Fonte: Folha Nacional