O líder do CHEGA pediu hoje ao primeiro-ministro para se demitir, considerando que se atingiu “o grau zero da credibilidade do Governo”, e defendeu que, se não o fizer, o Presidente da República terá de dissolver o parlamento.
“Senhor primeiro-ministro, demita-se, permita a renovação política que o país precisa e permita aos portugueses fazer as escolhas que eles próprios merecem fazer”, pediu André Ventura em declarações aos jornalistas no parlamento.
Ventura considerou que a noticiada ida da Procuradora-Geral da República ao Palácio de Belém, assim como o facto de António Costa ser investigado num inquérito instaurado pelo Supremo Tribunal de Justiça, significa que a “Justiça encontra alguma suspeita na conduta de ministros em funções e do senhor primeiro-ministro”.
“Esta situação é obviamente intolerável para a democracia e para o Estado de Direito e não permite, com grande margem, a continuidade deste Governo em funções”, defendeu.
Apesar de salientar que ainda “ninguém é culpado antes de ser condenado”, André Ventura sustentou que o caso “chamusca a credibilidade, a autoridade e a moral do Governo e do senhor primeiro-ministro”.
“Eu apelo ao senhor primeiro-ministro que tome em consideração a imagem de Portugal para o exterior, perante os seus próprios cidadãos, e antes de qualquer decisão do Presidente da República, seja ele próprio a demitir-se”, disse.
Para André Ventura, “é de evitar que o país continue neste marasmo, nesta onda de suspeições e num eventual conflito entre o Palácio de Belém, a Assembleia da República e o gabinete do primeiro-ministro.”
Interrogado se, caso o primeiro-ministro não se demitir, o Presidente da República deveria dissolver o parlamento, o líder do CHEGA considerou que sim, uma vez que “está em causa o Estado de Direito”.
Fonte: Folha Nacional