Hospital dos Covões o “patinho feio” da Saúde em Coimbra
Não é de estranhar o que tem ocorrido ao longo destas últimas dolorosas décadas, quer ao SNS, quer às Estruturas de Saúde do Distrito, e mais propriamente às existentes na Cidade de Coimbra.
Mas é de estranhar, que quem “patrocinou”, a criação do denominado SNS, foi o Partido Socialista, no então Governo da Dra. Maria de Lurdes Pintassilgo, e mais preocupante é ainda saber e fazer saber a todos os portugueses, que o PPD-PSD na altura votou contra a criação do mesmo.
Mais tarde os “arautos” sociais-democratas vieram assinalar que “… erguer um SNS não é publicar um decreto-lei genérico. É criar carreiras, é contratar pessoal, é ter Hospitais e Centros de Saúde, é ter equipamentos, é ter tudo isto a funcionar” e que nos 15 anos seguintes é que “… o SNS se ergue quer juridicamente, quer no terreno, quer no acesso das populações aos cuidados de saúde. É nos Governos da AD que são instituídos de facto os Cuidados de Saúde Primários”.
Nada refutamos contra estas alegações, porque as origens delas são dados históricos e devidamente lavradas nos “canhenhos políticos do país” e outras há, que nada mais são, do que meras opiniões de subservientes deste sistema bafiento e dominado pelas “famílias políticas tradicionais” do arco da governação.
O que não podemos é deixar cair em saco roto, ou mesmo empurrar com a barriga, um problema que já se arrasta há um bom par de anos, que se pode definir de forma pré-histórica como a “A Era da Extinção do Hospital dos Covões” na cidade de Coimbra.
Não nos podemos esquecer, nem fazer esquecer aos Conimbricenses, que durante o período da Pandemia COVID-19, foi esta Unidade Hospitalar que suportou a calamidade pública desta epidemia, e demonstrou de forma evidente, a sua relevância para a cidade e para a região centro.
Já no passado mês de julho de 2024, foi por nós referido que alguns dos serviços de referência, como Cardiologia, Pneumologia e Laboratório de hemodinâmica, com a reorganização dos serviços centrais dos Hospitais da Universidade de Coimbra vieram fazer com que a vida desta Unidade Hospitalar passasse por momentos aflitivos, quer para os seus utentes, quer para todo o pessoal clínico e não clínico que ali exerce de forma briosa o seu labor profissional de prestação de saúde.
Quando há muito se deveria trabalhar, no sentido da abertura duma 3.ª Unidade Hospitalar em Coimbra de referência nacional, continua-se a desmembrar, desmantelar e sobretudo desrespeitar quem nela todos os
dias emprega todo o seu saber e o seu esforço profissional. É inadmissível a transferência que tem ocorrido nos últimos dias, de equipamentos hospitalares (macas e camas) e até pasmem-se, Enfermeiros para os Hospitais da Universidade de Coimbra, para fazer face ao “entupimento persistente” que tem ocorrido diariamente, conforme é de conhecimento público.
Mas o mais “imoral” na nossa opinião, é mesmo a transformação ocorrida a 08 de janeiro, da Urgência Hospitalar dos Covões em Urgência Básica, como se de um Centro de Saúde se tratasse, onde apenas e só, irão estar 2 médicos da urgência geral. Como pode ser esta situação permitida e possível, quando passamos novamente um período de infeções respiratórias!!!
Achamos deveras estranho esta tomada de posição, visto que ainda há poucos dias o Presidente do Conselho de Administração do CHUC (agora denominada de Unidade de Saúde Local de Coimbra) esteve in loco nas referidas Urgências, e assistiu em primeira mão às dificuldades existentes, derivado da enorme afluência às mesmas.
É público, que todo este processo de reestruturação operado atualmente pelo Governo da AD e em continuidade com o iniciado pelo Governo Socialista, apenas adensou ainda mais a inquietação das populações no que à ida aos CHUC diz respeito, devido às horas e horas à espera por serem atendidas.
No nosso entender, todo este processo é programático, e segue um rumo de futura “Extinção do Hospital dos Covões” e não é preciso ser muito “vidente” para juntar as evidências: – 01/07/2024 as Urgências passaram a estar encerradas entre as 20h e as 8h do dia seguinte no período de verão, agora a 08/01/2025 passa de Urgência Hospitalar para Urgência Básica… a continuidade, logo veremos o desfecho final.
Face a esta calamidade, o Partido Político CHEGA, irá encetar todos os esforços e acionar os mecanismos, para questionar o Ministério da Saúde e sobretudo, na próxima Audição do Coordenador do Plano de Emergência e Transformação da Saúde, Dr. Pedro Melo Lopes, irá ser questionada e contestada de forma veemente toda esta situação calamitosa com graves prejuízos para os utentes, ou seja, TODOS NÓS.
Paulo Seco
(Presidente Distrital de Coimbra)