Em 2015 cheguei à Assembleia da República, sem qualquer experiência política ou parlamentar.
Fui desafiada a desempenhar uma função com a qual nunca tinha sonhado, nem tão pouco alguma vez tinha pensado enveredar por uma carreira política. No entanto, tinha a certeza que queria trabalhar para ajudar as pessoas.
Durante alguns anos, achei que exercer advocacia me permitia fazer isso, e de facto continuo a achar que o trabalho dos advogados é muito meritório e é absolutamente fundamental na nossa sociedade. A verdade é que exercer advocacia foi muito importante para ter contacto com várias realidades e com os constrangimentos que muitas vezes são legais. Por exemplo, durante um certo período fui voluntária numa associação de proteção de vítimas de violência doméstica e aí tornou-se evidente que mesmo do ponto de vista legal havia (e há) ainda muito que melhorar. Com o tempo percebi, que para além do trabalho importantíssimo do terreno, é fundamental também o trabalho político e, portanto, a forma mais eficiente para ultrapassar barreiras legais ou vazios jurídicos, seria na casa da Democracia e foi desta forma que acabei por chegar à política.
Apesar da inexperiência, quando não temos medo de trabalhar e temos a noção do privilégio que é estar num lugar onde podemos
servir as pessoas e ajudar a melhorar a vida delas, a motivação quebra quaisquer barreiras. Só quem está na Assembleia da República sabe os seus meandros, a dificuldade que há para se aprovar uma lei, um requerimento, obter respostas, fazer-se ouvir, quando não se faz parte de um dos grandes Partidos.
É, por isso, necessária muita persistência e resiliência, características que reconheço hoje no Grupo Parlamentar do Chega e que, obviamente, com um trabalho ainda mais dificultado que reconhecia em André Ventura, enquanto Deputado Único e Líder de um Partido novo.
Não basta ser-se eleito, é preciso todos os dias honrar o voto daqueles que confiaram em nós ou no Partido ao qual pertencemos ou trabalhamos. E foi com essa seriedade que exerci na altura o cargo de chefe de gabinete, o mandato de deputada e hoje como assessora.
Independentemente do cargo ou função que exerça, o objetivo é sempre o mesmo: LUTAR POR UMA SOCIEDADE MAIS JUSTA.
Enquanto Deputada fiz o que pude, para ouvir aqueles que me procuravam para dar resposta às suas preocupações e anseios e tentar materializar essas respostas em iniciativas legislativas. Hoje, o que faço no Grupo Parlamentar do Chega é simplesmente, colocar ao serviço do mesmo os meus conhecimentos de Direito, mas também toda a experiência que fui adquirindo ao longo destes sete anos no Parlamento. E, de facto, para além do trabalho parlamentar ser muito intenso e sem tempo para férias, também é muito enriquecedor. Todos os dias conhecemos situações, pessoas, causas e todas elas têm alguma coisa para nos ensinar. Depois cabe a cada um de nós decidir o que fazer com o conhecimento que tem, eu escolhi colocá-lo ao serviço dos cidadãos.
Tenho dúvidas que todas as pessoas que estão na política estejam pelas melhores razões ou apenas por razões altruístas, mas sei que o Dr. André Ventura está, assim como os restantes Deputados eleitos pelo Partido, por isso, o meu compromisso é para com eles, para com os eleitores do Chega e para com a Democracia.
Texto.: Cristina Rodrigues
Ex-Deputada na Assembleia da República
Assessora Jurídica do Grupo Parlamentar