Neste ano de 2022, assinala-se o ANO EUROPEU DA JUVENTUDE, que foi proposto pela Comissão Europeia e aprovado pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho da União Europeia (UE), em 2021. Apesar destas iniciativas em Portugal assistimos à diminuição progressiva do peso da população jovem no conjunto da população geral portuguesa em 2001, 2011 e segundo os últimos Censos de 2021, verifica-se um decréscimo da população portuguesa, esta quebra da população geral vem acompanhar com o fenómeno já em curso desde meados da década de noventa do século passado a da progressiva e acelerada diminuição da população jovem.
No que toca à distribuição dos jovens pelo território português, os mesmos Censos, vêm confirmar tendências já em curso há algumas décadas, nomeadamente a consolidação da crescente urbanização e litoralização da população jovem e do processo generalizado de envelhecimento da população portuguesa em todas as zonas do país. Ora, cada vez mais o território interior de Portugal tem menos população Jovem.
O grande problema de perda de população jovem em Portugal prende-se com a grande dificuldade de inserção profissional destes. Os jovens foram bastante vulneráveis às mutações económicas e sociais que ocorreram em Portugal nos últimos 30 anos. De facto, as camadas juvenis têm-se confrontado cada vez mais, nos últimos anos, com o prolongamento da sua situação de dependência da família de origem.
Temos vindo a constatar as dificuldades acrescidas de inserção socioprofissional dos jovens. As novas modalidades de entrada no mercado de trabalho, mais inflexíveis, precárias e até mesmo informais, a falta de proteção social a que estão sujeitos, têm consequências na sua vida quotidiana, afetando as formas de transição para a vida adulta nas suas várias esferas: as dificuldades de autonomia financeira por que passam resultam na dilatação temporal da sua situação de dependência da família de origem, no adiamento de projetos de conjugalidade e de parentalidade, na procura de alternativas laborais no estrangeiro, identificando, em suma, a ausência de condições favoráveis à sua emancipação e autonomia social.
O processo de inserção profissional dos jovens não se encontra apenas dificultado à entrada, mas também na sua permanência e continuidade, considerando o aumento muito assinalável de situações atípicas de atividade e de inatividade (que poderão remeter para situações de informalidade laboral e/ou de “nem trabalhar, nem estudar” os chamados jovens “nem, nem”), bem como de situações de recurso a apoios sociais como meio de vida principal.
Constata-se ainda que para os jovens empreendedores que asseguram também estes, emprego, não existem medidas específicas de apoio ou incentivo, bem como, para os jovens em profissões liberais ou em regime de recibos verdes.
O cenário traçado indicia, assim, um retardamento etário na entrada no mundo do trabalho, bem como o prolongamento dessa condição social existindo evidências convincentes de que os efeitos do desemprego jovem impõem custos aos indivíduos e à sociedade no futuro.
Relativamente a outras questões que dificultam a vida e as vivencias dos Jovens Portugueses prendem-se com uma série de situações de insegurança, que têm ameaçado o equilíbrio da sociedade, também nos jovens. Relatos de situações, por exemplo no emprego, de crescente precariedade, abusos na utilização do teletrabalho e do horário de trabalho e despedimentos são já demasiados, com impacto depois na dificuldade em pagar rendas, créditos à habitação e até para formação. Também no ensino os relatos de jovens sem acesso às ferramentas que lhes permitam aceder às aulas online ou a realizar trabalhos escolares de pesquisa, estes temem pelo impacto no seu percurso de aprendizagem e na avaliação. Outra preocupação prende-se também, sobre aqueles que estão no estrangeiro, ao abrigo do programa Erasmus ou em trabalho ou turismo, os relatos de falta de apoio consular são também frequentes.
As políticas atuais sobre o desemprego dos jovens são incertas, não existe uma forte e eficaz intervenção política para resolver as dificuldades que os jovens estão a enfrentar no acesso ao emprego. Assim, o nível de dependência financeira dos jovens em função da família de origem cresceu, sendo o meio de vida de muitos jovens desempregados, o que remete para o aumento das situações de trabalho informal e precário nos itinerários juvenis.
Urge a necessidade de os Jovens Portugueses participarem ativamente na vida Política Portuguesa.
Nos últimos 20 anos, os Jovens Portugueses participaram politicamente menos do que a maioria dos seus congéneres europeus. Essa menor propensão comparativa para participar na política foi especialmente visível no que diz respeito ao voto, mas verificou-se também em três formas “não convencionais” de participação: o boicote a produtos por razões políticas, a assinatura de petições e a participação em manifestações.
Quanto ao défice participativo, alguns dos fatores que mais frequentemente foram apontados para explicar essa fraca participação dos jovens prendem-se com a falta de estímulo à participação política no sistema de ensino, a persistência de uma cultura de “individualismo” e “comodismo”, e a persistência de obstáculos à participação, que remetem para questões estruturais de natureza geográfica, geracional, de classe social, de género e, até, das características da própria linguagem política, excessivamente “intelectualizada”. Estas foram também as perspetivas de jovens militantes de partidos políticos e membros de associações juvenis, em especial no que concerne à linguagem política e o vazio no ensino quanto a esta temática.
Ora um assunto que a Juventude Chega! deverá trabalhar, pois, uma juventude esclarecida e esclarecedora dos seus Direitos Cívicos e sobre os Direitos e Deveres da Juventude Portuguesa é essencial para que possam os Jovens Portugueses participar ativamente como Cidadãos de referência na sua faixa etária para a resolução de problemas do país que tanto lhe dizem respeito.
Apostar na Democracia garantindo espaço aos jovens para intervir e participar na sociedade portuguesa, por exemplo, através de processos de auscultação online, garantindo o envolvimento dos jovens apostando numa sociedade mais coesa, a fim de solidificar as bases da participação democrática e prevenir demagogias futuras.
A Covid19 limitou temporalmente os sonhos e as oportunidades dos Jovens restringindo algumas liberdades, mas não a liberdade de pensar, assim deverão os jovens ser e tomar parte das soluções para o desenvolvimento de Portugal.
A Juventude faz parte das soluções, mas também faz parte dos problemas também e merece que o Governo tome medidas que atendam à especificidade dos desafios que enfrenta e que assuma um compromisso solidário com as gerações vindouras.
Ora, a Juventude Chega! deverá participar massivamente e ativamente nas iniciativas políticas e partidárias respeitando os princípios do bom entendimento social e exercendo a sua autorresponsabilização de forma Independente, Cívica e Democrática.
Viva à Juventude Portuguesa! O Futuro de Portugal!
Viva a Juventude Chega!
Texto.: Carina Duarte
Secretária do Conselho Consultivo da Distrital de Coimbra