“António Costa, el gran prestidigitador” – El País, novembro de 2015
Pediram-me para, no mês de novembro gizasse alguns tópicos do que se definirá por, ‘Nova’ Ordem Mundial, se é que ela, já não está definida nas suas linhas mestras. No entanto, não poderei passar de lado sobre a situação portuguesa, porque em pesquisa encontrei o título deste jornal de referência e insuspeito apelidando o nosso Primeiro-Ministro com o título de ‘prestidigitador’, o mesmo que, aquele que ilude com habilidades que resultam da rapidez dos movimentos dos dedos e que nos está a empurrar ao precipício, tal como Sócrates e Guterres nos levaram.
Este ilusionista, que lhe apelidam como um grande político, pela arte da mentira e de culpabilizar os outros, tem a grande sorte dos nossos juros da dívida pública não estarem muito elevados, ao nível dos 7%-8% tal como em vésperas da queda de Sócrates, fruto de vários fatores: do Tratado de Lisboa com a União Europeia estando mais sólida/coesa enquanto Entidade aglutinadora e unificadora de políticas comuns; porque se assiste à Ação da Ex-Ministra do Trabalho de Merkel, Úrsula von der Leyen, como verdadeira timoneira da EU, como grande impulsionadora e líder de uma União Europeia que se apresenta muito frágil e finalmente porque a ação do Banco Central Europeu ser mais Político, sendo um papel pouco ortodoxo, nada consentâneo com o fundamento da sua existência (política monetária e cambial). Ou seja, se esta tríplice de factores não existisse os juros da nossa dívida pública já estariam a rondar ou mesmo a ultrapassar os 7% que forçou José Sócrates a pedir auxílio à Troika.
Mas as evidências deste perigo estão à porta, isto é, se em 2012 (tempo da governação Passos Coelho) a taxa de juro à emissão de dívida pública era de 2,5% (2,4914%, fevereiro de 2015), hoje esse mesmo juro já está em 2,75% sendo este ‘gran prestidigitador’ o que está à frente da governação do País, com um Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, aflito com o que decorre, já sem margem para selfies e outras ações de gestão para a opinião pública. A posição de Portugal em comparação com os restantes países é cada vez mais débil e sempre a cair nos rankings internacionais, ultrapassados já pelos países mais recentes na União Europeia. Outro dado para percebermos este caminho que nos pode levar a uma quarta emergência de ajuda internacional está no rácio de endividamento dos municípios que não ocorria desde 2015!
Neste ano de 2015, com a vitória da Coligação PàF tudo estava a caminhar no bom sentido quando, pela arte do ‘el prestidigitador’ ao perder as eleições legislativas, decide tomar o poder associando-se à esquerda reacionária e mais retrógrada da Europa. Por isso, como respondeu o seu irmão Ricardo, esse sério trabalhador da Comunicação Social com funções de relevo no jornal Expresso e na empresa SIC (não se devem dissociar as expressões polvo, o lobbies, propaganda, compadrio e corrupção) ao El País, “De pequeño, ¿António era de esos que llegan a casa después de perder un partido de fútbol y dicen que han ganado?”.” – novembro de 2015! Ou seja, Portugal tem na Governação um perdedor nato, que se ilude, que engana um Povo e pode conduzir a uma nova bancarrota; ilude com truques porque o dinheiro provém desta Europa mais Unida e Cooperante, por vezes demasiado Cooperativa e Corporativa. Ou seja, uma situação ‘De mal a pior’!
Voltando ao inicialmente proposto, tentativa de definição de uma ‘Nova’ Ordem Mundial, no meu humilde Ponto de Vista:
1- Energia nuclear por ser a energia mais limpa, mais ‘produtiva’ e mais barata para fins de uso doméstico e industrial, mormente o elevado investimento para a instalação do seu equipamento;
2- Guerra pela água, confrontos diplomáticos e/ou militares pelo maior bem que há no Planeta Terra, a “Água, Fonte e Origem da Vida!”; é tempo de repensar no bem mais comum, água salgada, e respetiva dessalinização para uso e consumo humanos e investimento em equipamento para o seu processamento, como já se pratica em muitos Países e em Portugal, na Ilha de Porto Santo, Região Autónoma da Madeira;
3- América, China e Europa, como os três eixos mundiais na global governance, sendo os USA e China os países com características militares e económicas mais relevantes estando, neste sentido em posição de serem globalistas nas suas posições políticas, económicas e militares. Veja-se o conceito de Nova Rota da Seda, medida muito difundida por Xi Jinping cada vez com perfil e interesses maoístas (um lobo disfarçado de cordeiro, culto de personalidade). É importante retirar poder económico à China porque a Liberdade, como ‘bem’ essencial humano, não será uma realidade no país;
4- Europa com papel cada vez mais efetivo, pronunciado, de uma só voz, independentemente das diferentes orientações de cada Estado Membro. Ou seja, uma União Comum de interesses que a actual Presidente da Comissão tem demonstrado. Ursula von der Leyen, tem sido de uma robustez na acção política e de determinação do poder Económico e Político da União Europeia, numa Europa em ebulição e quase fracturante após a crise do vírus que veio da China e da invasão da Rússia sobre o território ucraniano. Leitura e análise do que afirmou no Discurso do Estado da União, no dia 14/09/2022!
5- Um papel para a Alemanha nesta ‘Nova’ Europa mais relevante, num desejo de passagem de força militar neutra para uma maior exposição de intervenção. Para isso, atentemos às palavras “Queremos mostrar com clareza e credibilidade que a Alemanha está pronta para assumir a responsabilidade maior pela segurança do nosso continente”, referiu Olaf Scholz.”, setembro passado;
6- A luta pela Lua e pela sua exploração; criação de bases lunares; lixeira nuclear (way not) e viagens interplanetárias, com os USA e a China, os que mais avanços têm conseguido. De referir um detalhe importante: se a China está sozinha nesta aventura porque possui massa crítica, dinheiro abundante (os Ocidentais é que alimentam esta máquina) e ‘informação’ para esta iniciativa, os USA contam com cooperação externa das Agências Espaciais de vários países, nomeadamente da UK, EU, num perfeito livre ambiente de cooperação;
7- Hedonismo e crise das religiões com o combate às Religiões monoteístas (Nietzsche ou São Tomás de Aquino);
8- Identificação do género humano por Alfa, Beta, Delta, a exemplo do que se encontra em Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley (Deus Criador /Génesis ou o Mito do Super Homem/Mito Peter Pan);
9- Contínua vontade e ânsia consumista, sem oportunidades para o Planeta e para o Outro.
«Cuidar do mundo que nos rodeia e sustenta significa cuidar de nós mesmos. Mas precisamos de nos constituirmos como um ‘nós’ que habita a casa comum.» Papa Francisco, Fratelli Tutti §17
Um Mundo de Cartão – André Sardet, 2008
“(…)
Isto de imaginar não tem segredos
É mais alto quem mais longe imaginar
Ai, se eu fosse uma bola de sabão
Uma sola de um sapato no teu mundo de cartão
(…)”
Texto.: Rui Pedro Matos
Professor de Economia