As MATAS NACIONAIS, são e sempre foram, um dos maiores Ex-Libris Turísticos deste Portugal, “esquecido no tempo” e no espaço, no extremo Ocidente da Europa.
Admiradas e Idolatradas, pelas suas cores por muitos turistas, quer nacionais quer estrangeiros, pela sua beleza e pelos espaços de lazer que proporcionam.
Infelizmente, fruto do êxodo massivo das populações do Interior para as grandes cidades, à procura de melhores condições, quer de vida, quer sociais, foram ao longo destes últimos 50 anos, completamente votadas à sua sorte e ao abandono, por parte dum Estado que apenas contribui para a desertificação do Interior (ele próprio abandonou há muito o seu maior bem e riqueza – A FLORESTA), quer por parte de uma franja da População, que deixou de ter certas prioridades, por inerência da sua mutação de vida e pela sua constante mobilidade terrestre, originando, per si, o calamitoso abandono dos terrenos agrícolas e florestais.
Vergonha dum País que não salvaguarda nem defende o seu PATRÍMÓNIO MATERIAL e SOBRETUDO O IMATERIAL.
Milhares de CASAS FLORESTAIS foram construídas de Norte a Sul do País, fruto da POLÍTICA ECONÓMICA FLORESTAL do Séc. XX, delineadas, planificadas e construídas na altura pelo Estado Novo, para proteção das Florestas e para que as mesmas pudessem albergar, não só o Guarda Florestal (profissão extinta pelo Socialismo), bem como a sua própria família. Vivia-se um período de enorme exploração florestal, em que a mesma foi uma das prioridades este País.
Não querendo ser muito cinéfilo, em tempos idos, foi produzido um Filme Épico de nome “E Tudo o Vento Levou”, e neste caso, E tudo o TEMPO e o SOCIALISMO Levou…
É completamente degradante e constrangedor, olhar para estas CASAS FLORESTAIS, com tanta História e histórias de vida de quem lá esteve alocado, e que se encontram votadas ao ABANDONO. A breve prazo, irão, quer desaparecer no espaço, como no tempo e principalmente na memória das comunidades vindouras.
As CASAS FLORESTAIS, são apenas uns tristes exemplos, do que é o PATRIMÓNIO DO ESTADO ao ABANDONO COMPULSIVO, mas podemos também falar das Casas dos Cantoneiros e das Escolas Primárias (Masculinas e Femininas) espalhadas por todo o lado.
É este o vergonhoso exemplo que oferecemos interna e externamente para quem nos visita. Não passamos dum País que vive constante e completamente de mão estendida ao Subsídio da Europa, mas depois, esquecemos de recuperar o que de melhor se fez durante dezenas de anos. Somos solidários com o que se passa no exterior, mas esquecemos o que existe dentro de portas.
Ó triste País, que não aprendes com os teus e os erros dos outros.
Paulo Seco
Presidente da Distrital de Coimbra