Chegou ao conhecimento da Direcção Nacional do Partido CHEGA, no dia 10 de Agosto, que o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) tinha divulgado o comunicado, “Assim não vai lá, Sr.ª Doutora” dirigido a Marta Temido.
Este comunicado acusa a Senhora Ministra da Saúde de fazer pessoalmente telefonemas aos Directores de Serviço, inquirindo-os por não terem suspendido as férias dos médicos especialistas ou substituírem directores clínicos por forma a conseguirem completar as escalas de serviço em colapso.
Posteriormente, fontes jornalísticas com identidade protegida foram citadas na comunicação social testemunhando que esses telefonemas inopinados foram conduzidos num tom de voz “exaltada” e “em pânico”, tendo, inclusive, a Senhora Ministra da Saúde responsabilizado o Diretor pela falta de médicos nas escalas. O Presidente do SIM, Dr. Jorge Roque da Cunha, confirmou as denúncias por parte de Diretores de Serviços hospitalares da ARS Lisboa e Vale do Tejo, de forma anónima para não colocar profissionais em causa.
Para o Partido CHEGA, a forma e o conteúdo destes telefonemas expõem uma Ministra da Nação que afinal não confia nas Comissões que nomeou para esta missão e está totalmente à deriva na sua acção governativa. Está desprovida duma linha de comando hierárquico funcional em quem possa delegar tais tarefas e ainda pratica uma descomedida forma de contacto com os quadros do SNS.
Pelo tom descrito e pelo conteúdo relatado, consideramos mesmo que estes telefonemas da Senhora Ministra aos quadros do Serviço Nacional de Saúde (SNS) não são menos que gravíssimos actos de assédio moral e profissional. São telefonemas que lembram o pior estilo da governação de José Sócrates e dos tiques autocráticos dos socialistas no poder absoluto. São telefonemas que passam, sem qualquer consideração hierárquica, por cima dos Senhores Secretários de Estado, por cima do Conselho de Administração da Administração Central do Sistema de Saúde, I.P., por cima das Administrações Regionais de Saúde (ARS) e por cima dos Conselhos de Administração dos Centros Hospitalares E.P.E. São telefonemas que geram desconforto e um clima persecutório, fazendo com que os profissionais apenas queiram fazer queixas anónimas do sucedido.
O Partido CHEGA, tanto através das intervenções do seu presidente, como através dos deputados do seu Grupo Parlamentar, já exigiu, em inúmeras ocasiões, a demissão da Senhora Ministra Marta Temido por manifesta incapacidade, ineptidão e falta de idoneidade no desempenho das suas funções. Aliás como à semelhança de várias organizações de profissionais de saúde (e.g. Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) e a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF)).
Estes últimos graves acontecimentos vêm provar que o Partido CHEGA exigiu esta demissão ministerial com toda a razão, tendo sido evitável esta ingerência da ministra nos quadros dos Centros Hospitalares E.P.E.
Um Estado em que uma Ministra da Nação telefona, “exaltada”, a quadros superiores e dá reprimendas esperando que a admoestação seja ouvida em silêncio, é um estado despótico! Um Senhor Primeiro-Ministro que autoritariamente mantém no seu Governo uma ministra com este comportamento e desempenho, não querendo ouvir nem a oposição nem as organizações de profissionais de saúde, é um Senhor Primeiro-Ministro do “quero, posso e mando!”.
Na perspectiva do CHEGA, esta atitude da ministra mostra o autoritarismo evidente em que o PS caiu e está a exercer o poder, desde que obteve maioria absoluta.