Tal como qualquer identidade individual ou coletiva, o Partido Chega teve e terá uma longa história para contar. Da infância, iniciada em 2019, à maturidade que se avizinha estão a ser dados dados passos consistentes.
O percurso do Chega já dá garantias, por um lado, de representar mais do que um partido político como os outros, posto que também representa um movimento político, cívico, moral, histórico bem mais abrangente do que a contagem de votos que, por isso, tenderá a crescer e, por outro lado, o movimento possui uma liderança inequívoca, uma orientação ideológica e programática consistente e vai atraindo segmentos sociais crescentemente diversificados e dispersos por todo o país, pressupostos que asseguram que a semente Chega não parará de germinar e frutificar.
As eleições de 31 de janeiro último, com a consequente constituição do Grupo Parlamentar de doze deputados que assumiram funções a 29 de março, vai permitindo vencer mais uma prova da solidez do Chega. Ao fim de cerca de quatro meses, o balanço positivo não se limita a ser interno ao Partido. Vai passando crescentemente para o senso comum, apesar do fortíssimo boicote e tratamento injusto dado ao Chega na comunicação social.
Depois da experiência do desempenho notável deputado único iniciada em 2019, André Ventura, o Partido Chega reentrou com doze deputado na Assembleia da República, em 2022, ainda com uma identidade imposta pelos outros e relativamente saliente nos primeiros dias da atual legislatura. Isso foi especialmente sensível, por exemplo, aquando das duas votações iniciais para a vice-presidência.
De forma manifesta ou latente, os outros deputados consideravam os deputados do Grupo Parlamentar do Chega como racistas, xenófobos, neonazis, de extrema-direita, populistas que arrastavam portugueses como eles ou que engavam os portugueses ingénuos. Trata-se de um clássico da violência simbólica, quando não se permite que indivíduos ou coletivos definam a sua própria identidade, sendo esta imposta pelos outros de forma autocrática. Acontece quando são os outros que decidem quem nós somos. Esse tipo de cerco identitário é dos psicologicamente mais violentos pelo menos desde os tempos da Inquisição, e também se chama terrorismo moral ou violação mental. O Chega, os seus deputados e militantes eram o alvo, e não apenas da Esquerda no seu conjunto, mas também de setores significativos do PSD e da Iniciativa Liberal.
Logo nas primeiras semanas de vida parlamentar, esse castelo de cartas foi-se desfazendo, e rapidamente. Os que foram e vão persistindo transitam, também com rapidez, da pose ameaçadora anti-Chega a ridícula, patética, idiota, à cabeça dos quais o Presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva. Bastaram as primeiras intervenções dos parlamentares do Chega no plenário e nas respetivas comissões, mas também no domínio das relações pessoais para evidenciar as fragilidades da forma como se conquista o poder político em Portugal.
Os primeiros meses desta nova etapa parlamentar comprovaram o quanto é fundamental o Partido Chega crescer no coração do poder, a Assembleia da República. É o local mais eficaz para travarmos os piores vícios do Regime Abrilista: a mentira, a distorção da realidade, a alienação dos portugueses. Não existe pior pobreza do que a pobreza de pensamento imposta a um povo, que é sempre uma pobreza moral e intelectual. É impossível viver numa sociedade justa e economicamente próspera com o tipo de classe política que nos domina há meio século.
Mais. Os portugueses vivem dominados por uma Ditadura Mental de Esquerda que nunca hesitou em tomar de assalto as instituições estratégicas que controlam o modo como indivíduos e sociedades pensam: a comunicação social, as universidades, as escolas, os meios intelectuais e artísticos. É aí que reside principal foco de combate, não apenas do Chega, mas da sociedade portuguesa no seu conjunto, a começar pelas famílias.
É na disputa pela liberdade de pensar e dizer que deve incidir parte essencial da atividade do Grupo Parlamentar do Chega. O bom cumprimento desse dever só será possível com uma grande abertura de todas as estruturas do Partido Chega, do grupo parlamentar às concelhias, à sociedade, aos independentes, às pessoas comuns.
Seremos cada vez mais um grande partido político quanto mais acreditarmos que nos reduzimos a um mero instrumento ativo que luta por uma profunda transformação do Portugal a partir de setores como a saúde, economia, justiça, segurança, imigração, ensino, segurança social, por aí adiante. Portugal e os Portugueses estarão sempre em primeiro lugar.
Exigirmos mais a nós mesmos do que aos outros não nos diminui. Pelo contrário. Faz-nos crescer enquanto identidade coletiva Chega desde que nos saibamos articular com a dignidade da identidade histórica e social dos portugueses que dificilmente terá paralelo no mundo: são quase 900 anos de existência!
Gabriel Mithá Ribeiro
Deputado na Assembleia da República CHEGA
Vice-Presidente Partido CHEGA