Mais um ciclo de 15 anos como mero observador na política nacional desde o fim da atividade no PND.
A posição politicamente incorreta de André Ventura quando candidato do PSD à Câmara de Loures, chamou-me a atenção.
Pouco depois, o Ricardo Regalla Dias Pinto telefonou-me perguntando se gostaria de aderir a um partido que André Ventura ia lançar. Não conhecia pessoalmente o André. No dia seguinte havia um jantar no Barreiro. Fui ao jantar. E fiquei convencido de que estava ali o líder de que a Direita precisava.
Já não fui a tempo de ser oficialmente fundador do partido, mas tive a honra – e o prazer – de me encontrar entre os primeiros militantes. O número 10. Semanas depois, sou convidado pelo André para vice-Presidente da Comissão Instaladora. ACEITEI. Com os pelouros da Implantação, das Relações Internacionais, das Relações Institucionais e das Regiões Autónomas. Não era pouco o trabalho pela frente. E, desde logo o trabalho, esse com muitos outros partilhado, da recolha de assinaturas.
Legalizado o partido, integrei, como vice-Presidente ainda, a Direção eleita no I Congresso.
Com o apoio do Ricardo Regalla, membro da mesma Direção, metemos mãos à obra da implantação do partido nos diversos distritos. Não foi fácil, com um partido que ainda nem sequer existia. Mas foi feito.
Mais difícil, mas também mais desafiante, foi a implantação internacional. Havia dois partidos europeus que, à partida, estavam de acordo com o nosso programa e posição ideológica: o ECR e o ID. Por várias razões de ordem estratégica, apresentava-se, como mais aconselhável, a filiação no ID. Mais uma vez com o apoio do Ricardo, avançámos por aí. Fomos recebidos em Bruxelas pelo Presidente do ID, o qual desde logo manifestou todo o interesse na nossa adesão, ficando de nos enviar um convite formal após a aprovação. O que foi feito.
Encetámos, depois, fortes relações bilaterais com o VOX, que pertence ao ECR, por razões óbvias. O que nos levou a ocupar uma posição de charneira entre o ID e o ECR.
A implantação na Madeira e nos Açores foi feita a tempo de se poder concorrer às eleições regionais. Na Madeira, o escasso tempo decorrido entre a fundação do partido e as eleições não permitiu que elegêssemos qualquer deputado regional. Nos Açores foi já possível um bom resultado.
No III Congresso – o de Coimbra – entendeu o Presidente do partido, e BEM, que convinha estabelecer uma rotatividade nas vice-presidências. O que foi feito, sendo substituídos os três vice-presidentes que vinham desde a Comissão Instaladora.
Assim sendo, deixei o meu lugar na vice-presidência mantendo-me na Direção do partido, embora tivesse sido minha opinião de que essa renovação deveria ter sido também aplicada aos nossos lugares na Direção.
Simultaneamente, e nesse mesmo congresso, fui nomeado, pelo Presidente do Partido, como Coordenador da Comissão Política Nacional, órgão de cúpula do partido e que funciona como órgão consultivo do Presidente, cujos membros são por ele pessoalmente nomeados. De forma muito esquemática podemos dizer que o Presidente do partido tem um braço executivo, a Direcção, e um braço consultivo, a Comissão Política Nacional.
Resta acrescentar que fui candidato da coligação Basta às eleições europeias de 2019, número 2 da lista de Lisboa às legislativas do mesmo ano, cabeça de lista à Assembleia Municipal de Cascais nas eleições autárquicas de 2021 e número 2 pelo Círculo Eleitoral do Porto às legislativas de 2022. Eleito nestas Últimas duas eleições, pedi suspensão do mandato na AM de Cascais para me poder dedicar, de forma mais concentrada, ao meu lugar de Deputado na AR onde sou, atualmente, Vice-Presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros e das Comunidades Portuguesas e na qual me tenho dedicado, de alma e coração, à Defesa dos interesses das nossas tão esquecidas comunidades de portugueses espalhadas pelo mundo.
Fui, ainda, o principal responsável pela elaboração do primeiro programa do eleitoral do partido e com o qual concorremos às eleições legislativas de 2019.
Terminarei como comecei: NÃO SOU UM POLÍTICO, MAS UM HOMEM QUE ESTÁ NA POLÍTICA. Nisso, como em muitas outras coisas, segui o exemplo das gerações anteriores da minha família. Nunca pretendi ter uma carreira política, mas, apenas, lutar, quando achei que era necessário e possível fazê-lo, por um Portugal melhor. Estive no PND, no CDS-PP, na AD, no MIRN, no MDLP ou no Partido do Progresso, porque acreditava nas suas lideranças e nos seus projetos, todos eles tendo um ponto em comum: um Portugal livre e soberano, enraizado na sua História, nas suas tradições e na sua civilização europeia, profundamente avesso a ideologias totalitárias, liberal em Economia, mas onde os valores económicos se não sobrepõem aos valores civilizacionais que são as trave-mestras da nossa Humanidade.
Pelas mesmas razões, estou hoje no Chega e com André Ventura. Espero que, desta vez, seja possível, finalmente, a construção de um Portugal decente. Até porque, dada a situação de extrema fragilidade em que o país se encontra, dificilmente haverá outra oportunidade.
Texto.: Diogo Pacheco Amorim
Vogal da Direção Nacional do Partido CHEGA
Deputado na Assembleia da República do Partido CHEGA