3 de setembro 2019
Depois de um dia eletrizante, o relógio marcava 17H59 quando eu entrava a correr no Tribunal da Comarca de Coimbra, para juntar os documentos em falta para a entrega da Candidatura do CHEGA ao círculo eleitoral de Coimbra.
O Tribunal encerrava às 18 horas. Era uma segunda-feira e, por pouco, quase que, o símbolo do CHEGA não estaria presente no boletim de voto e André Ventura falharia um dos objetivos traçados para as eleições legislativas de 2019:
CONCORRER A TODOS OS CIRCUITOS ELEITORAIS
Mas porquê recordar e partilhar esta história hoje?
O amigo Paulo Seco, Presidente da Distrital de Coimbra, surpreendeu-me com um pedido, para escrever um pequeno artigo a ser publicado na página do CHEGA Coimbra, sobre o CHEGA e as dificuldades sentidas ao longo deste tempo, bem como, qual o segredo para as ultrapassar e ajudar à afirmação política do Partido no panorama Partidário Nacional.
Partilhei com o Paulo Seco este episódio que foi vivido por mim na primeira pessoa em Coimbra e que faz parte da história do CHEGA e da Distrital de Coimbra e achámos que deveria ser conhecido.
Estávamos no princípio do CHEGA, André Ventura tinha sido candidato às Eleições Europeias, como cabeça de Lista da Coligação BASTA, e havia muito pouco tempo para preparar as eleições legislativas, pois os meios e as dificuldades eram muitas. No rescaldo dos resultados o sistema vigente faz de tudo para isolar André Ventura e colocar um ponto final à Coligação BASTA. O PPM cedeu e abandonou a coligação. O PPV/ CDC, presidido por mim, não se deixou condicionar nem se vendeu e mantivemos o apoio ao André Ventura e ao CHEGA.
Desde o início que o nosso objetivo era libertar Portugal das mãos dos partidos do sistema e eleger André Ventura como primeiro-ministro.
Não havia tempo a perder, e nem para fazer aprovar junto do Tribunal Constitucional uma nova coligação. A experiência de vermos o Tribunal Constitucional reprovar a coligação duas vezes nas Europeias foi decisiva para a melhor decisão: o CHEGA iria concorrer às eleições legislativas com a integração nas suas listas de militantes e cidadãos indicados pelo PPV/CDC. Ficava para mais tarde a fusão entre os dois partidos a ser realizada com tempo.
Ficámos responsáveis pela elaboração das listas e dos respetivos processos de candidatura nos distritos de Braga e Coimbra e a integração de candidatos nos outros círculos eleitorais.
Procurámos encontrar junto dos militantes, apoiantes dos dois partidos e cidadãos da sociedade civil para serem candidatos por forma a preencher as respetivas listas. Uma tarefa realizada com competência e assertividade que correu dentro da normalidade possível. Muitos cidadãos sentiram dificuldades pois, quando se tornou público que iam ser candidatos pelo CHEGA, viram as suas vidas atacadas e ameaçadas ao ponto de algumas pessoas desistirem por medo. O facto de as Juntas de Freguesia emitirem as certidões, denunciava ao PS os nossos candidatos e o Socialismo não perdoa.
Em Coimbra era preciso um mandatário, com residência no distrito de Coimbra, foi escolhido um militante do CHEGA, com muita atividade nas redes sociais, responsável da página de Coimbra e próximo de alguns responsáveis nacionais, e que aparentemente reunia as melhores referências.
Já com os candidatos escolhidos, o mandatário reúne a documentação e a pasta com toda a documentação obrigatória para ser entregue no Tribunal da Comarca de Coimbra. Agendou-se a entrega de tudo na segunda-feira dia 3 de setembro às duas horas da tarde, tudo combinado, acertado e divulgado junto da comunicação social.
Mas o impensável acontece. O mandatário distrital desaparece, fica incontactável e ninguém consegue localizá-lo desde a tarde de sexta-feira antes da data combinada.
O pânico, o desespero, a revolta, as interrogações, enfim, as teorias começam a tomar conta de todos.
Perante o caos, eu e os elementos que restavam focamo-nos no objetivo que tínhamos definido: O símbolo do CHEGA tinha de estar no boletim de voto em Coimbra e em todos os circuitos eleitorais.
Tinha-se de se reiniciar todo o processo. Certidões passadas pelas Juntas de Freguesia e ter um mandatário residente no círculo eleitoral. Tínhamos apenas o dia de segunda-feira, até à hora do fecho do Tribunal.
Contra tudo e contra muitos, aconteceu o milagre. Eu percorri mais de 700 km nesse dia para recolher documentação; o Miguel conseguiu um mandatário e as respetivas certidões, e estava no Tribunal às 17 horas a aguardar os documentos recolhidos por mim para se entregar a candidatura. Os últimos documentos foram recolhidos na Freguesia da Foz no Porto, por mim, às 16.50, e depois o meu destino era ir ao encontro deles no Tribunal.
O que fica desta aventura é que, em tudo na vida e, naturalmente, também na política, há apenas duas formas de estar: ou damos a vida por aquilo em que se acredita e não nos desviamos da meta definida, ou então perdemos tempo em conspirações e joguinhos de egos e interesses.
Nós escolhemos focarmo-nos no essencial e dar tudo para salvar Portugal e ajudar a eleger André Ventura como primeiro-ministro.
Ainda hoje, não sei o que motivou o senhor que desapareceu. Ligou uma semana depois a dizer que apoiava André Ventura e estava disponível para trabalhar e que tinha viajado com a família.
O que interessa na história é: o OBJETIVO FOI ALCANÇADO, o resto são as ditas “coincidências”, embora, pessoalmente, não acredite em coincidências.
Fica o obrigado às centenas de CORAJOSOS, que fizeram parte das listas do CHEGA, num momento tão difícil e que foi crucial; muitos perderam não só empregos, mas também amigos, e viram as suas vidas expostas e devassadas com mentiras atentados à sua dignidade e ao seu bom nome. Foram uns verdadeiros heróis!
Todos podemos dar uma ajuda, mas só um é o líder.
Viva André Ventura.
Viva Portugal
Texto.: Manuel Matias
Assessor Político do Partido CHEGA