Desde o ano de 2020, que se assiste na Serra da Lousã, a constantes ataques massivos à sua fauna e flora.
Em primeira instância, com o pretexto de evitar os incêndios, o INCF autorizou o abate de árvores na lindíssima Serra da Lousã, com corte de vastas áreas de pinhal e outras espécies autóctones.
Posteriormente a este acontecimento, empresas de madeireiros continuaram até à presente data, a abater de forma indiscriminada, através do método de corte raso de árvores, criando enormes clareiras na serra, com vastas áreas sem quaisquer tipo de espécies de árvores. Não se olha às dimensões das árvores, todos os exemplares são abatidos e arrasados.
Ainda no mesmo ano, o mesmo processo e conduta ativa, foi deliberadamente perpetuado nas margens do Rio Ceira e do Rio Mondego, de forma reiterada e indiscriminada.
Diversas entidades foram consultadas e auscultadas, e até à presente data, nenhumas explicações cabais foram dadas, nem tão pouco, informada a população sobre quem é o promotor do “negócio” e para quem reverte o valor da madeira vendida.
Numa altura, em que é prática comum, e se “brada aos 7 ventos” sobre a preocupação em executar as orientações da Agenda Climática 2030 e sobre a Proteção da Natureza, assistimos a um “genocídio” completo duma zona virgem do Distrito de Coimbra que atrai milhares de pessoas todos os anos, pelos seus tilhos, caminhos, estradas e lugarejos.
No terreno, vão ficando desprotegidas as plantas rasteiras, como por ex. a urze e as giestas, que tão importantes são para a produção de mel da região e para a dinamização da economia regional.
O solo da serra ficará irremediavelmente desprotegido, sujeito a forte erosão, não sendo as raízes destas herbáceas suficientes para a sua sustentação durante a estação das chuvas.
Este abate indiscriminado da natureza virgem local, vem desde algum tempo, a ser denunciado pelo Grupo de Trabalho da LOUSÃ do Partido CHEGA, através de iniciativas individuais de sensibilização e sobretudo de alerta aos munícipes da LOUSÃ, através das Redes Sociais e através de questões feitas em sede própria às entidades locais.
O Grupo de Trabalho da LOUSÃ, chegou a elaborar artigos de opinião sobre a referida temáticas, para serem publicados na Comunicação Social local, ou seja, o Jornal ” O Trevim”, o qual, como forma de boicote e de serviço ao Poder Local, preferiu não publicar os artigos, dizendo não ser um tema importante para eles no presente.
Na nossa modesta opinião, todos os órgãos de Comunicação Social deveriam ser isentos. Neste sentido, repudiamos todo o tipo de CENSURA feita até à data perante este Grupo de Trabalho da LOUSÃ, representante local da 3ª Força Política Nacional e com representação Parlamentar.
Este tipo de atitude, apenas prejudica os Lousanenses, os quais ficam privados de saber a verdadeira opinião do Partido CHEGA, a nível local, sobre os problemas existentes. É estranho que na Coluna “Perspetivas” todas as forças políticas tê voz e o Partido CHEGA está vedado, fruto de pura cegueira ideológica.
O Grupo de Trabalho da LOUSÃ do Partido CHEGA, aquando dos primeiros abates, deslocou-se à aldeia do TALASNAL para ver de perto o que se passava, constatando que zonas de floresta de acesso à aldeia, estavam completamente devastadas, fazendo-se sentir muito vento forte nas encostas da aldeia, outro sintoma do abate de árvores nas proximidades das mesmas. Zonas entre o Chiqueirinho e Talasnal, Chiqueirinho e Casal Novo, Casal Novo e Castelo da Lousã e nas aldeias de Silveira de Cima e Silveira de Baixo, o desbaste é medonho.
Constatando à altura com gentes locais, informaram-nos que seriam propriedades privadas as que estavam a ser abatidas, mesmo assim, os habitantes e pequenos empresários da aldeia encontravam-se muito indignados preocupados com tais atos e receosos quanto às consequências futuras, tanto para o local a nível ambiental, paisagístico e também económico.
O Grupo de Trabalho da LOUSÃ do Partido CHEGA, manifestou junto das populações locais, a sua preocupação e indignação por tais atos contra a sua serra. Muitas espécies não só herbáceas estão em perigo, também a “comunidade selvagem animal” já está a sobre rudes golpes, como por ex: o veado vermelho.
As clareiras desbastadas começam a ser visíveis da vila da LOUSÃ, e as mesmas notam-se serem invadidas por espécies invasoras, como os eucaliptos e as acácias, árvores altamente inflamáveis e de destruição de paisagem natural de plantas autóctones.
O Grupo de Trabalho da LOUSÃ do Partido CHEGA, questionou se toda a floresta serrana, será propriedade privada, dado que a informação dada pelo executivo SOCIALISTA da CM LOUSÃ à população, foi sempre essa.
No entanto, é de conhecimento público que a Serra está inserida no Plano Nacional da Rede Natura 2000, ou seja, também é propriedade do Estado Português.
A limitação da Rede Natura no terreno não é bem visível, tal como os limites das zonas privadas, em função disso, tem havido algum aproveitamento por parte de terceiros, para invadir terreno estatal.
Pelo que conseguimos apurar, os madeireiros, sabendo desta fragilidade legal e sobretudo a falta de informação geral, aproveitam-se da brecha legislativa, sentindo-se impunes, praticando a seu belo prazer estes crimes de âmbito ambiental.
SABEMOS de várias ações e denúncias por parte da população e associações QUE FORAM FEITAS ao executivo da CÂMARA MUNICIPAL DA LOUSÃ.
Na prática, nada tem surtido efeito, pois a devastação continua. Toda esta madeira que tem sido retirada das nossas florestas nunca o Município em representação Local do Estado, esclareceu o seu destino e o seu valor monetário.
Até quando vamos permitir o abate ilegal na SERRA?
Até quando os lousanenses vão permitir a destruição dum bem natural e tão rico como a sua serra?
Até quando????
Deixo o repto a quem quiser responder……
Maria Luísa Aveiro
(Vice-Coordenadora do Grupo de Trabalho da LOUSÃ)