Portugal tem sido governado no último meio século, na sua esmagadora maioria, por dois partidos que se alternam no poder, PS e o PSD. Apesar de algumas diferenças ideológicas e/ou programáticas, um e outro nasceram do socialismo, estando recorrentemente envolvidos em escândalos de corrupção e abuso de poder. No entanto, o eleitorado português parece ter uma “memória curta” quando se trata de relembrar e penalizar esses casos nas urnas.
Desde os anos 80, temos assistido a casos que envolvem ambos os partidos, onde figuras de topo foram investigadas, acusadas e, em alguns casos, condenadas, mas que raramente resultaram em mudanças estruturais ou numa real quebra de confiança eleitoral.
Exemplos bem elucidativos são os casos Face Oculta (com figuras ligadas ao PS), a Operação Marquês (ligação de José Sócrates), Operação Influencer (prática de prevaricação de António Costa), escândalos como o caso dos Submarinos (ligações PSD), onde altos responsáveis foram investigados por corrupção na aquisição de equipamento militar, ou o caso BPN, que revelou uma teia de interesses e favorecimentos envolvendo figuras próximas do partido, e mais recentemente o Caso Tutti-Frutti, demonstram de forma cabal que a corrupção não tem cor partidária.
Apesar de tais escândalos, os portugueses continuam a insistir nos mesmos partidos, demonstrando uma tendência para esquecer rapidamente os episódios de corrupção, peculato e abuso de poder.
Não podemos esquecer também que, a própria justiça portuguesa tem sido frequentemente criticada pela sua lentidão e incapacidade de punir eficazmente os envolvidos em esquemas de corrupção, o que contribui para a perceção de impunidade e, consequentemente, para a normalização destes casos na sociedade portuguesa.
A teimosa falta de memória dos portugueses relativamente à corrupção de PS e PSD, não é apenas um reflexo de desinformação, mas também de um sistema político que tem falhado em oferecer alternativas reais e em regenerar as suas práticas. Enquanto o eleitorado continuar a fazer “tábua rasa” dos casos de corrupção e a votar com base na lógica do “mal menor”, dificilmente haverá uma mudança significativa na cultura política do país.
Face a este paradoxo, chegou a hora inequívoca de apostar, em gente fora do sistema bipartidário e que assentam numa política centrada na máxima “Portugal para os portugueses”, e que apenas precisam de ter “uma oportunidade” para Recuperar e Limpar este País à beira-mar plantado da escória corrupta instalada no sistema.
Que se faça cumprir PORTUGAL
Paulo Seco
(Presidente da Distrital de Coimbra do Partido CHEGA)